Separações e fretes geram renda extra

Reconciliações, contudo, ganham desconto

27 Março 2021 | Sábado 12h05

Na crise, a oportunidade. Sintonizado com a dica de várias gerações, o motorista de ônibus Adriano Assis Fernandes, 43 anos, decidiu dedicar as folgas na pandemia a pequenos fretes. Seu alvo, porém, é o que chama a atenção: casamentos desatados.
 
"Com a redução da jornada de trabalho e do salário, conversei com a minha mulher e disse a ela que precisava me reinventar", relata. "Tínhamos que achar um jeito de não deixar nossa renda cair demais."
 
A bordo de sua camionete GM Montana e uma carretinha a reboque, o foco de Adriano são mudanças de pouco volume. "Com essa crise, tem muita gente mudando de uma rua pra outra no mesmo bairro por causa do aluguel mais em conta", detalha.
 
Adriano trabalha à tarde e em fins de semana alternados numa empresa do transporte coletivo. Nas brechas, faz fretes sozinho. "Hoje levei uma geladeira para um rapaz que se separou e está comprando mobília mais barata, mas já fiz mudança até para Corupá", conta.
 
Separações, aliás, estão no radar de Adriano desde sempre, conforme a publicidade que veicula nas redes. "Não sei se antes da pandemia era assim, mas atendo muita gente se separando, o que me deixa triste. A Bíblia diz que Deus não gosta de separações", pondera.
 
Evangélico e residente no bairro Santo Antônio, em Criciúma, ele sinaliza um "desconto" em caso de reconciliações. "Só que ainda não tive a chance de dar esse desconto a ninguém", lamenta. Desta vez, sem perder o bom humor.

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