Memória e identidade na alma benedetta

Barão do Rio Branco completa 80 anos

09 Novembro 2021 | Terça-feira 16h55

A ideia em torno de um minidocumentário me surgiu no verão passado, quando isolado pela pandemia resolvi digitalizar meu acervo fotográfico. Uma das fotos, tingida com a data 9 de novembro de 1941, ganhou a atenção. 

Mostrava a Praça Anita Garibaldi, centro de Urussanga, Foto: Santos Felippe (in memoriam)em primeiro plano e mencionava a inauguração do "Grupo Escolar Barão do Rio Branco". Separei e desde então alimentei o desejo de resgatar a história de uma escola inaugurada 28 dias antes do ataque japonês a Pearl Harbor.

A destruição da base naval havaiana colocou os Estados Unidos na 2ª Guerra fisgando o Brasil no ano seguinte. Quem morava em Urussanga não demorou a entender o que a participação brasileira significaria. Em breve, falar italiano e alemão virou sinônimo de cadeia e humilhações.

Com apenas 15 minutos, o vídeo reúne depoimentos de ex-estudantes de todas as idades, começando por Lúcio Ghisi, de 96 anos, e Armando Bettiol, 91. Ao lado de Hédi Damian, já falecido, eles formaram o trio de garotos que saudou o interventor (governador) Nereu Ramos na inauguração.

Durante as entrevistas, descobri o autor da foto e assim pude usá-la para abrir e encerrrar o minidoc. Trata-se de Santos Felippe, também ausente, avô do ex-prefeito Johnny Felippe. Utilizar o seu enquadramento, clicado da torre da igreja matriz onde dobra o sino colado à foto, um dever histórico.

Nos seus 80 anos, a Barão não edificou apenas uma identidade local. Ela se converteu em referência do ensino público e orgulho para a educação catarinense. Parabéns, Urussanga! Muito obrigado, Urussanga.



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