O Presépio Mecanizado do Seminário Pio 12

Filas atravessavam o pátio do Rogacionista

20 Março 2021 | Sábado 19h20

Prestes a completar 62 anos, o Colégio Rogacionista Pio 12 e o antigo seminário legaram inúmeras lembranças pessoais e a mais singela recupera o Presépio Mecanizado. Em seu livro "O Rogate semeado em Terras Catarinenses", o professor e escritor Altamiro Dagostim reserva generoso parágrafo ao projeto, mantido entre os anos 60 e 70.

"Uma atividade que trazia muitos visitantes ao seminário eram os presépios de Natal", sublinha. "Confeccionados e montados com materiais diversos, tinham partes que se movimentavam, o que, naquela época, era uma novidade." (foto)


A última edição em 1976 mereceu capa do jornal O Independente em 22 de janeiro de 1977. "Mais de 18 mil pessoas, boa parte turistas de outras cidades e estados", salientou o semanário, visitaram o presépio  em apenas 30 dias. 

"Padre Guido Júnior e seus oito colaboradores, todos estudantes do seminário, levaram nada menos de seis meses para concluir o presépio", destacou o editor Aires Joaquim Filho.

Natural de Milão, o padre Guido Mottinelli veio para Criciúma em 1973 e ficou até 83, deslocando-se a Bauru (SP). Retornou em 85 para atuar por dois anos na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no PInheirinho, e dali seguiu para Brasília.

Somente em 1997 voltou a Criciúma para ser diretor até o final de 98. Aos 74 anos, ocupa várias funções executivas entre Bauru e Passos (MG), cidades em que a congregação mantém unidades.

Padre Guido Júnior? Coisa de brasileiros. "Como havia outro padre Guido no seminário, o padre Guido Vivona, e ele era mais velho, me colocaram o apelido de Júnior", relata. "Ele faleceu muito cedo, aos 51 anos, na Argentina.

A falta de espaço físico assinalou o fim do Presépio Mecanizado, lamenta o religioso. "Começamos no seminário, levamos para o galpão atrás, mas como havia muitos casamentos ali entre dezembro e janeiro, houve um conflito e tivemos que cancelar."

Presépios mecanizados são uma "tradição muito forte na Itália", comenta o padre Guido. "São sobretudo mantidos nas instituições rogacionistas e com os avanços tecnológicos ganharam até uma associação nacional."

A memória o reaproxima das filas de famílias que atravessavam o pátio interno do seminário. "Esperavam até uma hora e ninguém reclamava", orgulha-se. "Usávamos duas rodas de bicicleta para movimentar as peças e várias luzes que reproduziam o ambiente da Terra Santa. O povo adora o Santo Natal."

Imagens: Altamiro Dagostim / cortesia e Paulo Scarduelli / Arquivo familiar

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