DNA afiado

Outro Bispo quase matou um presidente

17 Outubro 2018 | Quarta-feira 09h14

Quando Adélio Bispo de Oliveira esfaqueou o candidato Jair Bolsonaro no dia 6 de setembro em Juiz de Fora, a maioria dos eleitores viu a mão da conspiração no ato.
 
Nada provado até aqui, convém resgatar que o atentado a faca tem rastros na história republicana deste país.
 
No dia 5 de novembro de 1897, o presidente Prudente de Morais participou no Rio da recepção às tropas do Exército que finalizaram a Revolta de Canudos.
 
O assentamento rebelde no interior baiano causou baixas traumáticas nos dois lados até que a resistência dos seguidores de Antonio Conselheiro sucumbisse de vez.
 
Dos 12 mil soldados do Exército, lembra o jornalista Laurentino Gomes em seu livro "1889", cinco mil perderam a vida durante o cerco.
 
Terceiro a assumir o mais alto cargo da nação, Prudente foi o primeiro eleito pelo voto direto e também o primeiro civil na função.
 
A recepção ocorreu no Arsenal de Guerra, imóvel hoje ocupado pelo Museu Histórico Nacional.
 
Quando o presidente atravessou o pátio, um soldado avançou contra ele brandindo uma faca.
 
Sem titubear, o marechal Carlos Machado Bittencourt - ministro da Guerra - interveio, salvou o presidente ao colocar-se à sua frente e foi mortalmente ferido.
 
Preso, o homicida foi encontrado enforcado em sua cela semanas depois. Seu nome: Marcelino Bispo (de Melo). O inquérito apurou conspiração, desencadeou uma cadeiada e caiu no esquecimento.
 
Isso até 6 de setembro passado. Se há parentesco, ninguém checou nem descobriu até agora. Que merece um profundo estudo onomástico, em discussão.
 
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