VÍDEO Nico, um legado de meio século

08 Setembro 2018 | Sábado 09h00

TEXTO ELABORADO EM 26 AGOSTO 2017

Cordial, afável, solidário, paizão. Cinquenta anos após o seu falecimento precoce, não é difícil reencontrar as virtudes que desenhavam o perfil do deputado estadual Nico Guglielmi.

Natural de Morro da Fumaça, Antônio Guglielmi Sobrinho mudou-se com a família para Criciúma em 1959. 

Três anos depois, foi eleito vereador pelo extinto PSD. Entre 63 e 66, ocupou por duas vezes a presidência da Câmara e ao final do mandato elegeu-se deputado pela Arena. Cravou exatos 7.654 votos e assumiu em março de 67 para ficar apenas cinco meses na Assembleia.

Na manhã de 26 de agosto, um sábado, um infarto abreviou sua vida aos 45 anos numa sala da Rádio Difusora em Criciúma, emissora da qual era sócio-proprietário. Casado com Zuleima Búrigo Guglielmi, deixou os filhos Antônio José (Tolé), Maria Aparecida (Neca), Neusa e Luiz Fernando (Quico).

D. Zuleima fazia compras no centro. Tolé e Luiz Fernando ensaiavam no Colégio Marista para o desfile de Sete de Setembro. As meninas em casa. Um taxista apareceu para contar que o deputado fora levado ao hospital. Neusinha foi com ele procurar a mãe. Neca ficou e soube da morte do pai pelo rádio da vizinha.

"Tudo que lembro é que gritei que era mentira", recorda Luiz Fernando, então com 12 anos, ao receber a informação à queima-roupa de um inábil professor. "Peguei minha bicicleta, corri pra casa sem olhar para os lados e quase fui atropelado num cruzamento no centro." 

O velório em casa na Rua Joaquim Nabuco estendeu-se até o final da manhã de domingo. O enterro foi no cemitério de Morro da Fumaça. "Duas semanas antes, ele disse que queria ser sepultado lá", relata Neusinha. "Na saída da Próspera, o ex-deputado Paulino Búrigo contou 652 carros levando amigos e eleitores."


Em maio de 1970, também aos 45 anos, D. Zuleima sucumbiu a um câncer. "Ficamos órfãos muito cedo, perdemos nosso ponto de apoio, mas nos encaminhamos na vida", acrescenta Neusinha. "Ele foi um pai muito presente, pessoa iluminada, assim como a mãe." Ex-vereador, Tolé faleceu em agosto de 2007.

"Como deputado, sempre intervinha em questões de interesse do município, uma pessoa que fez muita falta", define o adversário, amigo e ex-prefeito Ruy Hülse (1966/70). "Uma grande liderança, impossível alguém não gostar dele", confirma o jornalista Archimedes Naspolini Fº, na época vereador e funcionário da Difusora.

Confira os depoimentos no vídeo abaixo.



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