Lembremos da meningite em 1974

Ser brasileiro e brasileira significa antes de tudo ser resiliente

22 Março 2020 | Domingo 19h57

Às 8 da manhã finquei os pés na porta do mercadinho do bairro. Evitar supermercados é uma toada da hora para "idosos" e acatei. Mascarado, cheguei tarde. Já havia 10 pessoas no mercadinho.
 
Mascarada, a funcionária gentilmente me pediu que aguardasse. Saiu uma jovem com sacolas. A funcionária me chamou, borrifou as palmas das minhas mãos e liberou o acesso. Fui breve.
 
Um amigo gaúcho de infância que em junho também completará 64 anos me ligou, surtado. O que fazer, me indagou.


O que fizemos no inverno de 1974, respondi. Não lembras?
 
Naquele período, o surto de meningite meningocócica matou centenas de brasileiros. Mais de 500 paulistas. Mais de 300 gaúchos. Surtamos geral. Era inverno e isso numa época em que ainda tínhamos inverno no sul do Brasil.
 
A ditadura tentou camuflar a tragédia de então, mas a meningite seguiu matando gente em menor escala pelos anos seguintes. Mata até hoje e não somente no inverno. Sobrevivemos, contudo.
 
O Corona se apresenta como ameaça externa, tal e qual a Gripe A (suína, H1N1) em 2009. Tomo ou tomamos vacina até agora. Vencemos, mas seguimos lutando.
 
Venceremos este famigerado Corona. Com perdas e baixas aqui e lá, mas ser brasileiro e brasileira significa antes de tudo ser resiliente.
 
Colonizadores, escravagistas, monarquistas, republicanos e diversos governos já fizeram o diabo pra inviabilizar este país. Não conseguiram. Não conseguirão. Venceremos!

Imagem / cortesia: Decom - Prefeitura de Criciúma
 
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