VÍDEO Museu Augusto Casagrande: do papel ao sobradinho
Restauração completa quatro décadas
09 Janeiro 2020 | Quinta-feira 09h23
Com o título acima, escrevi um dos capítulos do livro Altair, biografia do ex-prefeito de Criciúma, Altair Guidi, engrandecida por um balanço das suas duas gestões. A trajetória de um museu que permaneceu anos recluso nos anais do município justificou o destaque.
Em julho de 1972, o então prefeito Nélson Alexandrino sancionou a Lei 910 criando o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande. Mesmo restrita ao papel, a criação estimulou professores do curso de Estudos Sociais da Fucri (Unesc) a incentivar a coleta de peças históricas.
O Colégio Michel foi o primeiro a aderir. Uma gincana arrecadou "vários objetos" que faziam parte da "história da Capital do Carvão". Os materiais, segundo a coordenadora de Estudos Sociais, Maria Ignez Junkes, representavam um "marco à realização de um um museu que retrate as lutas, os costumes e as conquistas dos nossos ancestrais".
Mais de 200 peças recolhidas na gincana organizada pela professora Vera Silvestre levaram os pesquisadores a contatar o Museu Municipal de Caxias do Sul. Um dos diretores, Wanderley Rocha, veio a Criciúma explanar a implantação do museu durante o centenário da colonização de Caxias em 1975.
FORÇA-TAREFA
Com um acervo embrionário, tirar o museu do papel e instalá-lo no sobradinho da família Casagrande no bairro Comerciário encaixou-se fácil na programação do centenário de Criciúma. Na força-tarefa para dar conta da restauração e do prazo, méritos à determinação da secretária de Educação, Marlene Milaneze Just.
Em maio de 1978, os contatos de Altair com o psiquiatra Joacy Casagrande Paulo, neto do imigrante Augusto Casagrande, resultaram na doação do terreno de 945 m2 e do sobradinho para o município. As exigências da família: o museu preservaria o nome do patriarca e a reforma teria que ficar pronta até o final de 1979.
Com prazo tão curto, a restauração deslanchou bancada pelo empresário Maximiliano Gaidzinski e supervisionada por sua esposa Octávia Búrigo Gaidzinski. "Eles resgataram o museu", atribuiu Marlene no meu livro. Um resgate primoroso, convalidou o artista plástico Edi Balod. "Quem veio fazer o trabalho foi um escultor famoso, o Português da Laguna, João Rodrigues, bancado pela dona Octávia."
![]( http://nei.jor.br/midia/2020/01/1292/anexo_1292_1298.jpg)
TÉCNICAS MUSEOLÓGICAS
Em junho, quatro mil tijolos retirados de uma casa também erguida no início do século 20 no distrito de Rio Maina respaldaram os trabalhos de restauração. Detalhe: a doação foi viabilizada pela permuta por material similar fornecido gratuitamente pelo empresário Sílvio Sartor, dono de uma olaria em Morro da Fumaça.
Entre fevereiro e abril de 1979, telhas do extinto Cine Rovaris reforçaram as técnicas da forma museológica de restauração. Bem aquinhoado, o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande foi inaugurado em 9 de janeiro de 1980, três dias após o centésimo aniversário da cidade.
Com as bênçãos do padre Donato Daros, as homenagens reconheceram os vários colaboradores, entre eles os casais Joacy Casagrande Paulo / Maria Madalena e Maximiliano / Octávia Búrigo Gaidzinski, como destacou o jornal Correio do Sudeste. Erguido em 1920, o sobradinho abriga mais de 700 peças entre móveis, utensílios, livros e documentos da colonização italiana.
![]( http://nei.jor.br/midia/2020/01/1292/anexo_1292_1297.jpg)
Confira o minidocumentário a respeito da restauração.
CONTATO BLOG
neimanique1956@gmail.com
Em julho de 1972, o então prefeito Nélson Alexandrino sancionou a Lei 910 criando o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande. Mesmo restrita ao papel, a criação estimulou professores do curso de Estudos Sociais da Fucri (Unesc) a incentivar a coleta de peças históricas.
O Colégio Michel foi o primeiro a aderir. Uma gincana arrecadou "vários objetos" que faziam parte da "história da Capital do Carvão". Os materiais, segundo a coordenadora de Estudos Sociais, Maria Ignez Junkes, representavam um "marco à realização de um um museu que retrate as lutas, os costumes e as conquistas dos nossos ancestrais".
Mais de 200 peças recolhidas na gincana organizada pela professora Vera Silvestre levaram os pesquisadores a contatar o Museu Municipal de Caxias do Sul. Um dos diretores, Wanderley Rocha, veio a Criciúma explanar a implantação do museu durante o centenário da colonização de Caxias em 1975.
FORÇA-TAREFA
Com um acervo embrionário, tirar o museu do papel e instalá-lo no sobradinho da família Casagrande no bairro Comerciário encaixou-se fácil na programação do centenário de Criciúma. Na força-tarefa para dar conta da restauração e do prazo, méritos à determinação da secretária de Educação, Marlene Milaneze Just.
Em maio de 1978, os contatos de Altair com o psiquiatra Joacy Casagrande Paulo, neto do imigrante Augusto Casagrande, resultaram na doação do terreno de 945 m2 e do sobradinho para o município. As exigências da família: o museu preservaria o nome do patriarca e a reforma teria que ficar pronta até o final de 1979.
Com prazo tão curto, a restauração deslanchou bancada pelo empresário Maximiliano Gaidzinski e supervisionada por sua esposa Octávia Búrigo Gaidzinski. "Eles resgataram o museu", atribuiu Marlene no meu livro. Um resgate primoroso, convalidou o artista plástico Edi Balod. "Quem veio fazer o trabalho foi um escultor famoso, o Português da Laguna, João Rodrigues, bancado pela dona Octávia."
![]( http://nei.jor.br/midia/2020/01/1292/anexo_1292_1298.jpg)
TÉCNICAS MUSEOLÓGICAS
Em junho, quatro mil tijolos retirados de uma casa também erguida no início do século 20 no distrito de Rio Maina respaldaram os trabalhos de restauração. Detalhe: a doação foi viabilizada pela permuta por material similar fornecido gratuitamente pelo empresário Sílvio Sartor, dono de uma olaria em Morro da Fumaça.
Entre fevereiro e abril de 1979, telhas do extinto Cine Rovaris reforçaram as técnicas da forma museológica de restauração. Bem aquinhoado, o Museu Municipal Histórico e Geográfico Augusto Casagrande foi inaugurado em 9 de janeiro de 1980, três dias após o centésimo aniversário da cidade.
Com as bênçãos do padre Donato Daros, as homenagens reconheceram os vários colaboradores, entre eles os casais Joacy Casagrande Paulo / Maria Madalena e Maximiliano / Octávia Búrigo Gaidzinski, como destacou o jornal Correio do Sudeste. Erguido em 1920, o sobradinho abriga mais de 700 peças entre móveis, utensílios, livros e documentos da colonização italiana.
![]( http://nei.jor.br/midia/2020/01/1292/anexo_1292_1297.jpg)
Confira o minidocumentário a respeito da restauração.
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