Há 25 anos, acidente calava os Mamonas

Divertido e debochado, grupo não deixou sucessor

27 Fevereiro 2021 | Sábado 17h36

"Depois de divertir todo o país, os Mamonas Assassinas desaparecem tragicamente num acidente aéreo." 

A frase no "olho" da reportagem da revista Istoé sintetizava a estupefação nacional diante do precoce fim da banda Mamonas Assassinas na noite do dia 2 de março de 1996.

O acidente fatal ocorreu pouco depois das 11 da noite de sábado na aproximação com o aeroporto de Guarulhos.

O choque com a Serra da Cantareira matou o piloto, o copiloto, um assistente e um segurança da banda, além dos cinco integrantes.

Com cerca de 1,5 milhão de cópias de seu primeiro e único CD vendidas em 1995, o quinteto virou febre no mais difuso público já conquistado pelo país afora. Crianças, adolescentes e adultos cantavam suas letras satíricas e dançavam suas energizadas músicas.


Assumidamente influenciados por ritmos e gêneros tão díspares quanto o pop, o rock, o sertanejo, o floclórico e o brega, era no deboche que o grupo liderado pelo cantor e performer Dinho mais se apoiava.


"Eles sabiam explorar o bom humor com muita criatividade", avalia o jornalista e músico Zeca Virtuoso. "Em festas de família, quando rola um  momento de diversão os Mamonas são sempre lembrados. Nesses 25 anos, não vi nada parecido."


O retorno de Brasília num learjet fretado pela banda encerrava e coroava uma cansativa excursão pelo país. A agenda para 1996 já reservava um voo mais longo, cruzando o Atlântico rumo a Portugal. Não deu tempo. 



GLOBO REPÓRTER - 8/3/1996



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